Facção Central
Dia dos Finados
[Verso 1: Dum-Dum e Eduardo]
Eu vou fazer uma marcha fúnebre pro passado
Hoje é dois de novembro, feliz dia dos finados
Binho 100 dólares, o acerto
A rota quer dinheiro não tem é, enterro
Lá no bar, a cinco era bola entra ai paria par
Mini mini três nas costas
Colou um justiceiro de madrugada
Massami seu irmão sangrando na calçada
Um até respirava vi que agonizava
Pedi socorro pro otário que passava
Só que o boy do Uno não parou pra socorrer
Se pa já ta morto o que que eu posso fazer
Comprou passagem pra Bahia, tava pedido
Amanheceu desfigurado era uma vez Rockinho, dois tiro
Tony, saudade de você, caiu da RD maldito DSV
No Maverick branco, acelera Nino
E leva pro hospital, morto Edinho
Me da uma noticia lá da detenção
O Beiçola tava lá agora é só na oração
Eu me lembro do choro do desespero da tiazinha
Um tiro na perna, mane toca-fita
Por essas merda eu já tanto, fulano morto
Lembro do Lula na sua goma, com um tiro no olho
Sirene pé na porta não teve socorro
Pezão no chão subiu até o cachorro
São flores pro Pascoal, Chiquinho, Dólar
Homenagem póstuma uma oração em memória
Vou acender uma vela e orar em silêncio
Por um futuro menos sangrento
Pra eu não ser outro cadáver sem reconhecimento
Feliz dia dois de novembro
[Refrão: Eduardo e Dum-Dum]
(Vou citar alguns nome pra vocês acreditarem)
É dia dos finados
[Verso 2: Eduardo e Dum-Dum]
Por um tiger velho tênis da moda
Quatro tiros no Flavinho, cadeira de rodas
O tempo passa e morreu sozinho
Só que a justiça deus fez com seu assassino
Contraiu HIV, Mosquitinho
Sofreu até morrer igual o Flavinho
Encosta na parede, é policia não se move
Engoliu varias G, petróleo foi de overdose
É dinheiro de playboy a lei de Lucifer
Um tiro na testa adeus André
É Glicério vem logo resgate
No chão tem um corpo e é o do Rodarque
Rua São Paulo curioso vela no chão
Explodiram a cabeça do camburão
Requinte de crueldade, todo desfigurado
O defunto do rio é mesmo o zoio de gato
Desarmado com suas filhas posto de gasolina
Nicolau gol de placa pro demônio de cinza
Graças a deus não tem grampo no meu pulso
Por mim ninguém ficou de luto
Sobrevivi a tudo fugi do assalto do furto
Não fui a mancha de sangue no asfalto
E nem a vela acesa no dia dos finados
[Refrão: Eduardo e Dum-Dum]
(Vou citar alguns nome pra vocês acreditarem)
É dia dos finados
[Verso 3: Dum-Dum e Eduardo]
Poderia ter ido como Guzula foi um dia
Vários tiros, depois atropelaram de Brasília
Escuta a sirene do carro funerário
Vem da baixada é o corpo do Fábio
Ai Peterson a casa caiu
Na correria o Chinês ganhou atirou, na padaria
Monza colou a rota vamos troca
Cute e Takau não deu tempo de pensar
Na foto da revista tipo atração
Adelson dois tiros p a nove detenção
O alarme ta tocando é ligação direta
Meu carro não ladrão Artur já era
Na cadeia é sem remédio sem tratamento
O estado aplaude o sangue de qualquer detento
Foi assim com o Bolão apagado mó pó
Estado terminal o sistema não tem dó
Numa favela apareceu morto Natanael nem pistas
Só outro corpo
Nó Heliópolis um morto, rã, Arapinha
Nem sei qual foi a fita se pa foi farinha
Noventa e nove a mesma história nada muda
Tem olho fora do rosto no meio da rua
Mano Eder um ponto quarenta a queima roupa
Perto das crianças que porra?
Eu vou pedir um bom lugar pra quem partiu
Agradecer que a polícia não conseguiu
Não fui a mancha de sangue no asfalto
E nem o tumulo com flores
No dia dos finados
[Refrão: Eduardo e Dum-Dum]
(Vou citar alguns nome pra vocês acreditarem)
É dia dos finados