[Verso 1]
É a força da marca, a farsa
O que é que se passa?
Leis do consumo que a raça humana desgraça
Não interessa o que és, nem o que fizeste
O mais importante é o carro que andas
E as roupas que vestes
A pessoa moderna está cada vez mais rupestre
Grupos de jovens afirmam-se
Com roupas, óculos, telemóveis, bens materiais fúteis Pensamentos ilógicos que fazem deles uns inúteis
O pai compra o carro, a roupa, gasolina
As festas, saídas, prendas para a menina
Há quem nada tenha mas lute para mostrar que tem
Fazem vida de pobre trocam comida por bens
Visíveis aos olhos dos outros
É atração do consumo, o sufoco apoderação do oco
Pagamento sem troco, não pertenço a essas gentes previsíveis
Eu jogo noutros níveis
Avaliem-me pelo que eu sou
Não pelo dinheiro que tenho
Pelo caminho que vou, podes largar que não apanho
Tenho pessoas que gosto, rimas, batidas e flow
Não preciso de mostrar aquilo que já sei que sou
Se curtes, curtes
Se não curtes, baza
O CD manda fora, em concerto vai para casa
Será que estou entendido
Será que me esclareci
Ou só vais curtir da minha música
Quando começares a levar com ela na MTV
[Refrão]
Que isto é o consumo, consumismo com isto tudo
Nós não vimos, lutamos, matamos
Num processo irracional
Valorização do material
Que é o material, materialismo, mantemo-nos ou caímos
Em lutas e guerras num processo irracional
Valorização do que é banal
[Verso 2]
Vivemos em capitalismo, consumo-fanatismo
Ter é poder
E quem não tem cai do abismo
Enquanto a uns ainda falta os bens primários
Outros gastam fortunas daquilo que é desnecessário
O mundo vai girando está tudo ao contrário
E quem o pode mudar, nem sequer faz comentários
Jovens crescem a sonhar a pensar no seu fio de ouro
Roupa cara, sapatos de couro, carro descapotável
Cabelo pintado de loiro
Esquecendo-se que é cá dentro que está o tesouro
Porque é cá dentro o que realmente valemos
Porque aparências não passam disso mesmo
Fazer-se passar por aquilo que não se é
Uns acreditam no material e fazem-no com fé
Esta é a filosofia cada vez mais wack
As pessoas estão a ficar vazias
Como as letras dos Mind Da Gap
Há quem se ache superior por ter muitos bens materiais Influenciado pela campanha da TV e dos jornais
Compre mais, compre mais, mesmo que não precises
Muitos julgam saber tudo, mesmo sendo aprendizes
Só comparo este movimento
Como um b-boy numa freeze
Pára e pensa, ouve, repensa
Rewind
O consumismo não compensa
Inserido num estilo de vida onde o material é tudo
Ignorância das massas que me faz sentir um mudo
Que rima para uma plateia de surdos
Que dá valor aquilo que é fútil
E aquilo que é absurdo
Estou-me a cagar para o estilo
E para a roupa de marca porque aquilo que eu dou valor
Está no interior da arca
Mandando rimas cá para fora tal como aprendi
Criticando esta sociedade a qual eu nunca me inseri
[Refrão]
Que isto é o consumo, consumismo com isto tudo
Nós não vimos, lutamos, matamos
Num processo irracional
Valorização do material
Que é o material, materialismo, mantemo-nos ou caímos
Em lutas e guerras num processo irracional
Valorização do que é banal