[Intro]
(Yeaaah!!!... nostalgia)
Possas... Hip Hop—minha dama!
Tou aqui, tenho esse poema
(Faz muito tempo, baby)
Nunca mais te dediquei nada
Faz muito tempo
Yeaaah!!!

[Sarkáztiku CEO]
Uuuh, yeaah
Recordo o primeiro encontro
E começo a chorar
Foi em noventa e sete, na Feira Popular
Julho, dia seis fazia um frio do caraças
Tava preste a congelar
Mas tu... em ondas sonoras vieste me agasalhar
Com rimas e batidas; e uma poesia pura
No palco: dois MC's transmitiam verdades duras
(Eram os Pobres Sem Culpa)
Naquela noite, foste o galho que me acolheu
No meio d'uma enxurrada
A auto-estima que surgiu depois d'uma jornada fracassada
A água no deserto
E num discurso discreto
Começaste a te apresentar:
«Olá! Eu sou o Hip Hop
O movimento mãe, de todas as culturas e raças
Nasci em Nova York nos guetos de Bronx
E tu como te chamas?»
Naquele instante perdi a fala
Pensei que estava a sonhar
Acabara de conhecer a mulher da minha vida
Aquela quem eu amo
Por nada a troco nessa vida
Divorciei-me do Semba pra casar contigo
Passado doze anos
Hoje nasci o primeiro filho
Fruto de um parto caseiro
Mixtape «Crónicas da Terra do Pânico»
Hoje, amanhã... e sempre
Estou contigo!
Beijos, Senhor Sarkáztiku