Funkero
Vai Na Fé
[Introdução: Rashid]
Com tanto cinza na cidade
Nossa poesia é tipo graffiti né não?
Que devolve a vida a quem ela pertence
Na rua!

[Refrão: Funkero]
Vai na fé irmão
Tem espaço no trem
A vida corre a vera
Quando não se trabalha
O resultado não vem

[Verso 1: MC Coé]
Eles só enxergam em P&B
Nós deixamos tudo colorido
Invadimos a sua mente
Corrompendo os seus ouvidos
Botamos a fila pra andar
Sei que alguns ficaram deprimidos
Se o assunto não é trabalhar
Por favor nem fale comigo
Eu achei melhor desprezar o
Recalque de falsos amigos
Ai passei a enxergar
Que o mundo fecha comigo
Se você quer se deprimir
Então fique com seus comprimidos
Pois eu aprendi a amar
Então fico com meus amigos
Quantas pipas soltei, quantas
Vezes chorei, quantas vezes
Pensei, vou parar quantas vezes
Fumei quando me pendurei
Pensando, vou rodar
Minha mãe até acha boa a ideia de eu ser um
MC, ela só não acha tranquilo se
Eu vier com a ideia que vou desistir
No mundo em que o dinheiro
Manda uma coisa é certa
E eu aprendi que não é dando o choro nem se
Lamentando que se faz o mundo voltar a sorrir
Tudo que conquistei
Foi com muito talento
Eu tive que ser forte
Sempre no desenrolo
Errando e aprendendo
Na sul e na norte
Quando me machuquei meu suor
Serviu pra curar o meu corte
E os que foram contra que sem se
Dar conta na verdade estavam era me dando sorte
Ainda vejo o mundo com o olhar de uma criança que
Sacode a poeira levanta a cabeça
E enxerga mudança mas
Se você quer mudar vai se movimenta e levanta
Mostra na prática mano
Porque tu sabe que quem só fala cansa
Bem ciente da missão
A pista me deu visão
Cada esquina uma inspiração
Meu escudo é meu coração
[Refrão]

[Verso 2: Funkero]
Sem replay o que eu sei
Faz ver alem da visão
Não pensei quando andei
Derramando suor pelo chão
Pesadelo verbal ginástica cerebral
Sou a evolução
Desses rappers de neandertal
Método incisivo tráfico de livros
Pra manter o conhecimento vivo
Objeto pelo coletivo
Nossa luta é muito maior que nós
Pelo sangue pelo suor daqueles
Que nunca tem voz
Quem não aprende se rende
O jogo é sujo igual dinheiro
Nessa guerra ninguém vence
Somos todos prisoneiros
Usando 10% da nossa cabeça animal
Tentando subir na imaginaria
Piramide social
Ritmo é neurótico, surto psicótico
Transe hipnótico, rap é meu narcótico
A música me faz voar
Pro lado escuro da lua
Break, Graffiti Cultura de Rua
A saga continua
Não quero pódio
O amor é irmão gêmeo do ódio
Colecionador de ossos
Fiz do ócio meu negócio
Hann... e eu vou
Vendo a vida pelo retrovisor
Correndo lembrando de
Tudo que passou
Toda dor que a derrota causou
E o que ela me ensinou
A ampliar minha visão
Pra ser mais um vencedor
[Refrão]

[Verso 3: Rashid]
Já fui o último da fila
No bolso nenhum pila
Só noção de qua a preguiça de
Esperar te aniquila
Um por um então me vi lá
Pivete entra pilares
Cidadão de vila
Tipo jogador de bilhares
Paciente, já ciente
Da minha posição
Porque se eu desistir
Alguém da um passo a frente
Só mais um chei' de sequela
Hediondo a tanta gente
Uns querem entrar na panela
Eu quero entra na mente
No pente, só ideia quente
Vai vendo
Construo pontes se a colmeia
Tende a pensar pequeno
Tragédia vende enquanto os
Comédia rende
Pano pra manga pra falação de quem não aprende
Que não é só pra entender
Deixa que nóiz manda o manual
No encarte do CD
Mensagem pra ser sentida
Rashid não faz rap, o rap fez o
Rashid, no fim, Rashid só
Descreve a vida
De quem veio do nada que nem eu
Mostrou tudo que tinha
E a rua reconheceu
Falador não passa mal
Falador vai passar bem
Porque se gosta de falar
Agora assunto ele tem
Quem teve no fio da navalha
Sabe que a batalha te ensina
A se levantar
Juntei meus irmãos contra todo
Canalha que vive
Tentando te limitar
Dinheiro é bom só que eu quero
Mais que isso, tá?
Fazer valer o tempo quando
Alguém parar pra
Me escutar!